quinta-feira, 22 de maio de 2008
Levantou-se um pouco antes do nascer do sol e foi cavalgar, como fazia todas as manhãs. Com o fim do Inverno os terrenos da quinta tornavam-se mais acolhedores. As chuvas só caíam à noite e, de manhã, a terra recebia-a com o aroma do renascimento. Pequenos verdes brotavam onde antes havia apenas o branco do gelo. O que morrera ontem, hoje ganhava vida, num ciclo eterno que desde pequena a maravilhava. A Morte não existia, não verdadeiramente, concluiu. Manifestava-se, marcava presença, convencendo tudo e todos que apenas ela era real e inalterável - só para ser destronada pela Vida que regressava, majestosa, meses mais tarde. E era no seio desta dança que todos se moviam pelos dias, acreditando cada um que a sua existência e sobrevivência era o verdadeiro centro de tudo. A verdadeira razão para o movimento ancestral. Cegos.
Labels: Coruja
1 Comment:
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- Sónia said...
22 de maio de 2008 às 15:57Aprovado. Pode vir o resto. ;)