sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Olho para a louça azul da sanita. Ajoelhada entre as pocinhas de água formadas pelo esguichar do chuveiro furado, com a mão esquerda seguro o cabelo e com a direita meto um dedo na boca. O meu corpo sofre uma breve convulsão. Insisto. Nova convulsão. Insisto. Nova réplica. Os joelhos já começam a estalar. E a cara fica mapeada por pequenos vasos vermelhuscos. Os olhos estão cobertos por uma fina película aguada. A tentativa de vomitar o meu eu falhou, pela quinta vez nesta semana. Já começa a saber a derrota, esta inutilidade dos meus dedos.

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